24.11.12

erótica

A erótica da cidade nocturna recupera em mim o espanto. As janelas das fachadas, a meia luz, são uma intermitência onde tudo pode acontecer; cada uma das janelas a meia luz é uma singularidade incompleta que se apodera de nós como o enigma de uma mulher calada de olhos abertos. À noite, o ritmo das casas é outro, fica-se com a alucinação de que elas nos propõem uma ideia de posse e de pertença, uma extensão erótica da nossa pessoa que tanto poderia estar dentro de uma como de todas as outras.