24.11.12

aleatório












 


















Gostaria de ser capaz de explicar o mundo por baixo dos telhados. Sempre achei que há mais mundo por baixo dos telhados. Não será necessário ler Fernando Pessoa ou elevar-me nas gruas da cidade para compreender o que eu mesma não saberia explicar. Ninguém, jamais, saberá explicar o mundo que existe por baixo dos telhados. Um bebé que palra, um orgasmo que foi possível sem sofrimento, um papel puxado pela corrente, a retórica das mulheres como a passagem das coisas, o limite da duração, as infinitas variações do fim de um diálogo, a utilização do erro como experiência que faz sentido, o movimento infinito que toca as conclusões, a incerteza e as suas interferências, a introdução do mundo quase operativa, ainda apenas uma introdução.