Os desertos são para recomeçar. Elimino os objectos rígidos da cidade e recomeço na imagem do deserto de modo a que esta seja o garante da minha sobrevivência na cidade. A realidade do deserto não me protege contra o invisível uma vez que o deserto, ele mesmo, é uma realidade metafísica. Contra a imobilização das imagens da cidade, a evidência do deserto é alucinatória e funcional, uma intimidade psicológica instável, de natureza polimórfica, onde tudo, no espaço infinito, pode acontecer. Recomeço no deserto para me proteger contra os objectos rígidos, contra o visível.