Maria
Callas é uma das minhas mulheres, umas das mulheres a quem poderia
dizer: - Dói-me viver. - E ela, em silêncio, compreenderia a minha dor antes
de eu a dizer. Há muitos anos que me dói viver. Por vezes, mais
concretamente, dói-me como a dor aguda na ponta de um dedo cortado.
Outras, menos concretamente, como as dores de parto que nenhuma mulher
sabe explicar.