O filme August: Osage County [Dir. John Wells | 2013]
é, em suma, uma peça de teatro. Começa com uma citação de T.S. Eliot:
"A vida é muito longa", mas poderia perfeitamente começar na primeira
frase de "Anna Karenina" [Tolstoi]: "Todas as famílias
felizes se parecem; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira."
Infelizes e de que maneira. Nada de surpreendente ao longo do
filme -- quem vem de uma família perfeita que levante a primeira pedra
-- não fosse a revelação da banda sonora de Adam Taylor,
injustamente não nomeada para o Oscar. O que eu pretendo fortemente
destacar neste filme é a maior das evidências da História do cinema
universal: Meryl Streep. Meryl Streep é a actriz que deve ser
obrigatoriamente nomeada para tudo quanto é prémio; Meryl Streep é a
actriz que deve ganhar todos os prémios para os quais tenha sido nomeada, isto
é, independentemente de uma outra actriz ganhadora, deve haver
sempre a certeza de um prémio em duplicado, porque Streep -- actriz evidente -- como os
génios, porque é um génio, já nasceu vencedora.