Busco predisposições em todos os dias da minha vida, algumas delas feitas daquilo que se abandona e outras feitas daquilo que se perde. Estou a imaginar a voz de Elzbieta Towarnicka sem que a possa tocar, como se fosse uma voz que se perdeu para sempre ou um vidro inteiro que, sozinho, vai na finalidade do estilhaço. Elzbieta Towarnicka é uma voz que me acorda o útero e a cabeça e demais acabamentos do corpo que eu sei que existem, porque ainda há vozes que me acordam. Acordar é um destino, uma condição de acesso sem saída, a não ser que por baixo da terra exista uma porta de vidro do formato da emergência. Acordar também poderá ser condição de acesso sem possibilidade de retorno ao que antes terá sido apenas um de tantos começos. Estou aqui a pensar um assunto em voz baixa. Nós pequenos no mundo tão grande, tão pequeno o mundo no universo maior. De que tamanho é a ruína do que nunca foi completo? De que tamanho é a vida ou, apenas, esta cidade?