Há
quase vinte anos que não me sentava tantas horas seguidas nesta
escrivaninha. Hoje percebi que fui muito mais útil durante os anos em
que o meu irmão me dizia que uma pessoa sentada numa escrivaninha não
serve para nada. Ironicamente, todos os planos que tracei sentada nesta
escrivaninha nasceram com toda a vitalidade e utilidade do mundo, utilidade jamais
exequível desde que dela decididamente me levantei, mas ao contrário de
Lázaro, para tudo deixar morrer no caminho.